Patrono da Polícia

Joaquim José da Silva Xavier, alferes de milícia, alcunhado de Tiradentes por ser dentista prático, é, sem dúvida alguma, o maior herói brasileiro. Seu feito de coragem e amor a Pátria fez com que se destacasse entre todos os outros que tombaram nas revoltas que lutaram pela Independência do Brasil. Pelo fato de ter mostrado grande bravura e exercer sua labuta nas milícias que cuidavam da ordem pública na época do Brasil Colônia, por justiça fora aclamado como Patrono das Polícias Militares do Brasil.
O movimento da Inconfidência Mineira pretendia libertar o Brasil de Portugal e essa idéia se fortificou com a Independência dos Estados unidos da América do Norte. Tiradentes, considerado o líder da Revolução, nasceu no dia 17/11/1746 na fazenda pombal em Minas Gerais. Foi mascate, minerador e dentista prático.
Aos dezoito anos optou pela carreira das armas, alistando-se, em 1º de dezembro de 1775, no posto de Alferes, no Regimento de Dragões de Minas Gerais, equivalente à Polícia Montada dos nossos dias.
Serviu nas forças de defesa contra possível invasão espanhola e, no ano de 1780, esteve na cidade de Sete Lagoas, em Minas Gerais, como Comandante do Destacamento local encarregado da guarda do registro da porta de entrada do Vale Médio do Rio São Francisco.
Tiradentes andava por todos os lados com livros sobre a Independência norte-americana e cada vez mais procurava ler tudo que se relacionasse ao assunto. Sempre procurava convencer as pessoas sobre as suas idéias.
Em Vila Rica, tornou-se o principal articulador da conspiração para a libertação do país. Organizou um grupo do qual faziam parte pessoas de grande projeção na capitania. Era, ao mesmo tempo, um idealista e um espírito prático. Não hesitava em fantasiar os fatos para atingir seus objetivos. Inventou, por exemplo, que o novo governador trazia instruções para que as fortunas particulares em Minas, não ultrapassassem dez mil cruzados. Garantiu a todos o apoio de potências estrangeiras à conjuração.
Em fins de 1788, aconteceu a primeira reunião dos conspiradores na casa do Tenente-Coronel Paula Freire. A ele, se unira o Padre Carlos Correia de Toledo, vigário de São João Del Rei, homem rico e influente, e a conspiração foi crescendo com a participação do Cônego Luiz Vieira da Silva, do Padre Rolim, Tomás Antonio Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa, Alvarenga Peixoto e outros que no decorrer do tempo se juntaram aos primeiros.
Tiradentes teve papel destacado na conspiração e a sua participação foi decisiva. Entregou-se de corpo e alma ao movimento. A Independência do Brasil se tornou o motivo de sua vida, pois radicalizou sua posição a ponto de não se importar com a entrega da própria vida naquela revolução, preparada silenciosamente por homens notáveis. Seu modo de agir contrastava com o dos outros conspiradores, pois falava abertamente sobre a necessidade da revolução e pregava-a em qualquer lugar. Sabia do desejo do povo mineiro, por este motivo não receava em se abrir com quem quer que fosse, assim como não escolhia o momento nem o lugar.
O que Tiradentes não esperava é que um dos integrantes do grupo acabasse com o sonho de um país livre. Joaquim Silvério dos Reis, que se fingia ser amigo dos conspiradores  e participava das reuniões, delatou o grupo aos representantes da Coroa Portuguesa.
Todos os inconfidentes foram presos, porém Tiradentes encontrava-se na casa de seu amigo Domingos Fernandes da Cruz, na cidade do Rio de Janeiro, onde, no dia 10 de maio de 1789, foi preso e ficou incomunicável por aproximadamente três anos e, nesse período, só foi visitado por seu confessor, o Padre Raimundo Penaforte. No dia 18 de abril de 1792, foi proferida a sentença dos cinco réus padres, e no dia 19, dos demais conjurados. A Tiradentes foi proferida a seguinte sentença.
"Portanto, condenam ao réu Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha o Tiradentes, alferes que foi da tropa paga da capitania de Minas, a que, com baraço e pregão, seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca e nela morra morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Vila Rica, onde em lugar mais publico dela, será pregada, em um poste alto até que o tempo a consuma; e o seu corpo será dividido em quatro quartos e pregado em postes pelo caminho de Minas, no sítio da Varginha e das Cebolas, onde o réu teve suas infames práticas, e os mais nos sítios de maiores povoações, até que o tempo também os consuma. Declaram o réu infame, e seus filhos e netos, tendo os seus bens aplicados para o Fisco e Câmara Real e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada para que nunca mais no chão se edifique."
No dia 21 de abril de 1792, às 9h, inicia o triste cortejo: À frente uma Companhia de Soldados, depois os frades dizendo orações e em seguida Tiradentes, o laço da forca no pescoço e a ponta da corda segura pelo carrasco, e quase abraçado ao condenado, Frei Penaforte reza com ele. Descalço, com o cabelo todo raspado e sem barba, vestido com uma camisola branca, Tiradentes seguia de Cabeça erguida, porte ereto e passo firme a marcha para a forca, construída no Lago da Lampadosa (Atual Praça Tiradentes) onde, às 11:20h, Tiradentes foi enforcado.
Frei Raimundo Penaforte, o confessor, escreveu o seguinte sobre Tiradentes:
"Foi um daqueles indivíduos da espécie humana que põem em espanto a própria natureza. Entusiasta, empreendedor com o fogo de um D. Quixote, habilidoso com um desinteresse filosófico, afoito e destemido, sem prudência às vezes, em outras temeroso ao cair de uma folha; mas o seu coração era sensível ao bem. A Coroa quisera, com o espetáculo do enforcamento, afirmar o seu domínio sobre a colônia brasileira. Tiradentes tentara, com o sacrifício, salvar os companheiros e abrir ao povo o caminho da emancipação política. Um espírito inquieto, um homem leal, esse Alferes Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha Tiradentes - Herói sem medo de todo um povo".
Ao nosso Patrono nossas sinceras homenagens.